Aprovados em concurso para delegado cobram convocação para curso de formação
Conteúdo publicado por Divulgação em: 16/09/2013 às 7:49h.
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Cadaminuto

Falta de profissionais é uma das reclamações nos bastidores da Polícia Civil de Alagoas

A denúncia feita essa semana pelo delegado Jobson Cabral, de Santana do Ipanema, de que há 500 inquéritos parados na Delegacia de Marechal Deodoro traz à tona um problema crônico na Polícia Civil: a falta de delegados.

As vagas ofertadas no concurso em andamento nem de longe vão conseguir suprir a carência atual e candidatos aprovados cobram do governo do Estado uma ampliação do número de vagas no curso de formação, atendendo a recomendação feita pelo Conselho Estadual de Segurança (Conseg).O concurso, que oferece 40 vagas para o cargo de delegado, se aproxima de sua última etapa, o curso de formação, mas o governo ainda não se posicionou sobre a recomendação feita pelo Conseg sobre a convocação dos cerca de 90 aprovados para o cargo. No processo relatado pelo então conselheiro Alfredo Gaspar de Mendonça, por unanimidade, o colegiado entendeu que diante da grande carência de delegados o correto é que todos sejam formados na academia que deve ser iniciada no mês de outubro.No processo julgado pelo Conseg há ofício encaminhado pela Delegacia Geral da Polícia Civil em que declara haver uma carência atual de 85 delegados e há ainda cerca de 70 aptos a se aposentar hoje, o que poderia levar para 150 o número de cargos vagos na instituição. Em 2008, quando solicitou a realização do concurso, o então delegado geral da PC, Marcílio Barenco, solicitou 68 vagas, mas o governador Teotonio Vilela Filho, quatro anos depois autorizou apenas 40. Nesse período, vários delegados deixaram os cargos e se aposentaram, inclusive, o próprio Barenco, que pediu exoneração para ser procurador de Contas em Minas Gerais.Desde o lançamento do edital, o presidente da Associação dos Delegados (Adepol), Antônio Carlos Lessa, cobra a convocação de 100 novos profissionais. A carência fica evidente não apenas na capital, onde delegados chegam a acumular duas distritais, mas principalmente no interior, onde há autoridades que estão respondendo por até cinco delegacias.AguardandoO candidato Thiago Prado explicou que a comissão de aprovados para o cargo de delegado chegou a se reunir com o delegado geral, Paulo Cerqueira, que destacou a carência do número de delegados e demonstrou interesse em convocar mais candidatos para o curso de formação. “Depois disso tivemos a decisão do Conselho de Segurança a nosso favor, mas o curso se aproxima e precisamos de uma definição, já que muitos são de outros estados e precisam se organizar”, ressaltou.

Os candidatos rebatem o argumento adotado por alguns integrantes do governo que não há limites na Lei de Responsabilidade Fiscal para convocar acima dos 40 aprovados para o curso. “Não estamos pedindo para sermos nomeados, mas apenas para participar da última etapa do certame e ficarmos aptos para o Estado nomear quando tiver condições financeiras, já que a carência não há dúvidas que existe”, frisou Albert Fontes.

Outro argumento utilizado pelos aprovados para convencer o Estado é de que, chamando apenas 40, o governo corre um sério risco de ter que fazer um novo curso em poucos meses, já que muitos aprovados dentro do número de vagas estão aprovados em outros concursos que remuneram mais que a Polícia Civil de Alagoas. “Só no concurso da Polícia Federal, em andamento, são 10 aprovados, fora outros que passaram para cargos como defensor, promotor e delegado em seus estados de origem”, explicou o candidato Miguel Ângelo da Silva.

 

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