Fosse outra palavra começando com “F”, até se poderia entender, mas o governo chinês decidiu banir a Ferrari das redes sociais e da internet. Todas as menções aos carros da montadora italiana foram removidos dos mecanismos de buscas desde ontem (20/03), incluindo o mais usado, Weibo. A lista inclui ainda termos aparentemente inofensivos, como rinite alérgica.
SAIBA MAIS
O departamento responsável pela censura no país não deu explicações sobre o “desaparecimento” da Ferrari da web chinesa.
Entretanto, a proibição veio um dia após o surgimento de rumores sobre um acidente envolvendo o filho de um alto representante do Partido Comunista. O jovem estaria dirigindo uma Ferrari 458 quando sofreu um acidente perto da Ponte Baofusi, em Pequim. Duas mulheres que estavam no carro teriam ficado seriamente feridas, já que a Ferrari estava em alta velocidade.
O Bureau de Segurança Pública de Pequim recusou-se a dar informações aos jornais locais.
Já no domingo, as redes sociais, sites e fóruns começaram a discutir o acidente, tentando identificar o motorista.
Mas ontem, esse conteúdo simplesmente desapareceu, juntamente com o termo Ferrari, dos programas de busca.
Utilizado por mais de 300 milhões de pessoas, o Weibo, um microblog semelhante ao Twitter, deletou todos os posts que mencionavam o acidente e bloqueou as buscas para a palavra Ferrari.
As organizações anti-censura chinesas afirmam que se trata de uma operação para “esconder” o incidente e também para evitar questões mais óbvias: como um funcionário público teria dinheiro para comprar uma Ferrari? Na China, o salário médio para um profissional com curso superior é de menos de R$ 30 por dia, ou seja, o equivalente a R$ 900 no mês. Milhares de chineses, porém, vivem com um salário mensal de R$ 30.
FONTE: http://epocanegocios.globo.com