Aquele que não tem confiança nos outros, não lhes pode ganhar a confiança. (Lao-Tsé)
[singlepic id=3745 w=150 h=202 float=left] Confiar é ter convicção, é acreditar em alguém ou algo. E dentro de uma empresa, deve haver uma confiança mutua entre lideres e liderados, para que com isso, todos os objetivos e metas possam ser alcançados da melhor forma possível, evitando acusações, desgastes, retrabalhos desnecessários, e principalmente, ficar apontando e remoendo erros.
Li um texto muito interessante sobre esse tema e quero compartilhar com vocês. A lei da confiança, foi escrito por Danilo Fernando Olegário, Analista de Desenvolvimento de uma empresa do setor sucroalcoleiro de SP. É um profissional com mais de 10 anos de experiência da área de Recursos Humanos. Leiam com atenção!
A lei da confiança
Por Danilo Fernando Olegário
Muito tenho observado sobre uma questão bastante comum nas relações humanas: a confiança. Comum e ao mesmo tempo rara. Uma vez estabelecida em uma relação, a confiança torna-se algo poderoso e permite resultados extraordinários para as partes envolvidas.
Em um casamento, por exemplo, a confiança é fundamental para a constituição de uma família, e muitas entram em decadência pela ausência dela. A confiança a meu ver é um processo de conquista, de ambas as partes, e diferentemente do dito popular “primeiro você tem que conquistar a minha confiança”, penso que – quem quer ter confiança primeiro deve aprender a confiar nos outros. É contraditório uma pessoa querer que os outros confiem nela se ela desconfia até da própria sombra. Um exercício interessante é praticarmos a confiança nas pessoas até que provem o contrário.
Stephen M. R. Covey o autor do livro “A Velocidade da Confiança” diz que a confiança se dá pelo Caráter e pela Competência de uma pessoa, sem uma dessas duas ela não existe. De fato, se observarmos principalmente no nosso contexto político um sujeito “cai” pela falta do caráter ou pela falta da competência (resultados)?
Uma organização em que a confiança predomina no ambiente, os resultados são mais verdadeiros e os processos fluem de forma natural, quando as pessoas percebem que seus líderes confiam nelas, elas produzem mais, são mais felizes e refletem isso nos clientes. Portanto, a confiança é algo que contagia positivamente o ambiente.
Agora o inverso disso é um ambiente inseguro de desconfiança, as pessoas não se sentem seguras, não confiam em seus líderes e produzem resultados medíocres, e quase sempre refletem esses comportamentos nos clientes. Por que será que existem tantas greves? Porque, de alguma forma, a confiança está rompida.
Certamente você se lembra de muitas empresas que externalizam essa confiança, das grandes marcas que o consumidor tem total confiança e que você recomendaria a outras pessoas, e muito provavelmente também se lembra daquelas que entraram na sua lista de “não confiável”.
Um líder que confia em sua equipe, consequentemente, terá a confiança das pessoas e produzirá resultados positivos em um curto prazo, pois nessa condição o processo de delegação torna-se mais fácil. Vale lembrar que quando essa mesma liderança não se disponibiliza em confiar nas pessoas, ela não consegue delegar sem investigar o que foi solicitado. Então, ao invés de questionar o líder interroga (ou acusa), o que se torna uma atrocidade para qualquer pessoa.
Aliás, um dos maiores desafios da liderança moderna, segundo Covey é inspirar confiança nas pessoas, pois ela que trará os resultados esperados. Um ambiente predominado pela confiança traz mais consistência nas relações e o trabalho flui como água.
Quantas pessoas que você conhece (ou conheceu) que quando abre à boca, você logo pensa “Hiii, nesse aí não dá pra confiar…”, porque certamente essa (ou essas) pessoa faz parte daquele “seleto” (ironicamente, é claro) grupo que promete e não cumpre. Uma promessa não cumprida implica em uma série de desconfianças que só pode ser resgata quando essas promessas passarem a ser efetivadas (olha lá ainda…). Isso degrada o ambiente, e o pior é que sabemos que existem muitas pessoas principalmente líderes que são especialistas nesse atributo.
Por outro lado você também deve conhecer aquelas pessoas que quando toma à frente das atividades, você logo pensa “Com esse ai agora vai…”. Interessante como tudo é uma questão de confiança. Observe qual dos dois tipos atrai mais? As pessoas que nos inspiraram como modelo ao longo de nossa história (pais, professores, líderes etc.) são pessoas que transmitiram confiança, caso contrário não nos espelharíamos nelas.
A falta de confiança pode abalar qualquer organização, governo, igreja, economia ou qualquer instituição. Ela pode derrubar fortes líderes e grandes nações. Veja o que é um povo contra o Governo. Quanto tempo dura essa liderança? Observe porque temos tantas CPIs e tantos afastamentos de deputados no nosso país, analise a nossa última Copa do Mundo (2010) na vexatória derrota para Holanda. A falta de confiança derruba qualquer fortaleza.
O inverso disso também é poderoso, pois quando a confiança existe e é intensificada, em um Governo, os reflexos são imediatos. Em uma liderança inspiradora como a de Gandhi onde se conseguiu a libertação da Índia sem violência, uma seleção de futebol campeã do mundo – 2002. Quando nasce a confiança e ela é potencializada, os resultados também são surpreendentes.
No mundo atual falar em confiar nas pessoas pode parecer um tanto ilusório, com tanta corrupção, competição, injustiça, desigualdade, mas se existe tudo isso é porque em algum momento a confiança deixou de ser a base principal, sendo corrompida e esquecida. Contudo, precisamos resgatar essa confiança se quisermos progredir em um mundo mais ideal.
Assista a este vídeo:
Juiana Crisóstomo