Em meio à paralisação geral de advertência dos rodoviários de Maceió, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário (Sinttro), Écio Marques, afirmou, na manhã desta segunda-feira (30), que não haverá mais negociação com os empresários do setor e que a paralisação de 24 horas deve ser seguida por uma greve por tempo indeterminado, caso o pleito da categoria não seja atendido.
Écio Marques explicou que, desde abril, a categoria vem tentando negociar com os empresários reajustes nos salários, ticket alimentação e no plano de saúde. “Já estamos negociando há muito tempo e não tem mais o que conversar. O que queremos é um aumento de 8% nos salários, 10% no ticket alimentação e 15% no plano de saúde, conforme orientação do Ministério Público do Trabalho. Ou os empresários atendem o que estamos reivindicando, ou a paralisação seguirá e por tempo indeterminado”, alertou o presidente do Sinttro.
De acordo com ele, a adesão da categoria à greve foi total e, por isso, caso as reivindicações não sejam atendidas, nenhum ônibus que realiza transporte coletivo em Maceió deverá sair das garagens das empresas. “A população deve sair de casa de táxi, de carro ou de carona, já que não adianta ir para os pontos. Infelizmente a população está sofrendo, mas é preciso que todos entendam que os motoristas e cobradores também fazem parte desta população e estão em dificuldades sem receber salário digno”.
Para garantir que nenhum ônibus circule e pressionar os empresários, centenas de motoristas e cobradores estão mobilizados em frente às garagens das empresas, impedindo a entrada e saída de veículos.
Usuários lotam pontos de ônibus na capital
Mesmo sabendo da paralisação, uma grande quantidade de pessoas decidiu enfrentar a chuva e aguardar nos pontos de ônibus na esperança do fim da paralisação ou de uma carona.
Depois de esperar por muitas horas, muitos desistiram e retornaram para casa. Entre os que ficaram, a maioria disse não ter condições de pagar para ir de táxis ao trabalho. “Cheguei no ponto logo cedo, mas até agora não passou nenhuma condução. Só ganho um salário mínimo e não tenho como pagar um táxis. Minha única opção é o ônibus ou uma carona, que é difícil de se conseguir”, disse a doméstica Quitéria Pereira, que mora na Santa Lúcia e trabalha na Pajuçara.