Agentes contavam com dois meses de férias, folgas de três dias e gratificações para os ‘Amigos do Rei’
Cadaminuto
Na capital mais violenta do Brasil, não há apenas distorções entre a quantidade de policiais militares que estão nas ruas e superlotam os gabinetes da Assembleia Legislativa ou do Executivo. Na Guarda Municipal, 65 homens e mulheres “guardavam” um único prédio: a Vila Olímpica Lauthanay Perdigão, no Graciliano. Outros 25 “guardavam” o mercado público, no Centro.
A Guarda Municipal tem 800 homens e mulheres. A função específica é oferecer segurança preventiva dos bens, serviços e instalações, do poder público municipal. Mesmo assim, havia gente demais em lugares de menos. E gastos enormes e estranhos.
Era comum uma equipe encher o tanque de gasolina e, no outro dia, ao final do trabalho, entregar a viatura com o tanque vazio. Alguns guardas- os “amigos do Rei”- tinham escalas generosas de trabalho: um dia e três de folga. Quem não tinha pistolão? Que carregasse o serviço público nas costas.
E era assim mesmo: não havia controle de ponto- olha a Assembleia Legislativa criando filhotes- adicionais noturnos distribuídos sem controle (para os “amigos do Rei”). E trabalho para que? Alguns tinham dois meses de férias; outros carregavam licenças médicas ad eternum, um luxo para poucos- pouquíssimos- guardas municipais. Outros ainda andavam armados, quando o porte de arma ainda é proibido aos guardas de Maceió.
A categoria tenta emplacar duas propostas: fardamento novo e a liberação do porte de arma. O secretário de Segurança Comunitária, coronel Edmilson Cavalcante, abriu licitação para o fardamento e pistolas teaser- usadas sem controle nos protestos de junho, no Rio e São Paulo.
O coronel diz ainda que acabou com os privilégios.
A pergunta é: o guarda-funcionário deve oferecer um crédito de confiança ao PM Edmilson?