Mal súbito pode acometer pessoas com hábitos saudáveis de vida.
Estatísticas mostram que a prevalência de casos em atletas varia de 0,28 a 1 por 100 mil por ano.
Conteúdo publicado por Divulgação em: 22/06/2021 às 16:24h.
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Exercício físico é sinônimo de saúde ou de risco para morte? O questionamento ficou mais forte no último dia 12, quando o atacante dinamarquês Christian Eriksen sofreu um mal súbito em campo e ficou desacordado. Atendido pela equipe médica do time, o jogador foi reanimado, se recupera bem no hospital, e terá implantado um desfibrilador cardíaco conhecido como CDI, aparelho que é acionado após uma crise cardíaca por problemas no ritmo do coração.

O cardiologista da Santa Casa de Maceió, Marcelo Malta, esclarece que o exercício físico representa saúde quando praticado de forma regular, respeitando a individualidade de intensidade de esforço adequada para cada pessoa, porém, representa risco quando praticado erroneamente por atletas com doenças cardíacas previamente estabelecidas.

A morte súbita é um evento raro, porém, causa comoção principalmente quando ocorre em atletas profissionais devido sua ampla divulgação na mídia, pois estes são vistos como símbolos do segmento mais saudável da sociedade, aonde se acredita que suas qualidades atléticas são reflexos de seu estado de saúde, o que torna difícil de acreditar que possam morrer durante ou após a prática de atividades físicas. A morte súbita em atleta pode ser definida como aquela que ocorre durante ou até duas horas após a prática de exercícios físicos, individuais ou coletivos, competitivos ou não”, explica o especialista.

Estudos mostram que a maioria das pessoas que evoluem com morte súbita durante exercício físico apresenta doença cardíaca subjacente, uma vez que é extremamente difícil o desencadeamento de morte súbita em atleta com o coração sadio. É necessário que, além de problemas cardíacos estruturais, haja também a incidência de fatores fisiopatológicos, os chamados “gatilhos”, que são capazes de ativar mecanismos que podem levar a instabilidade elétrica do coração e, consequentemente, a uma arritmia fatal.

O especialista alagoano alerta que a maioria das mortes ocorre fora do ambiente hospitalar, sendo que 86% das paradas cardíacas acontecem nos próprios lares das vítimas e 50% são assistidas por um adolescente ou por uma criança, sem nenhum adulto por perto. Considerada de alta incidência, 14% das paradas cardíacas ocorrem em vias públicas ou em lugares de grande concentração de pessoas, como em aeroportos, dentro de aeronaves, shopping centers, estádios desportivos, cadeias públicas. Em todos os casos, o atendimento rápido é fundamental para que se evite a morte súbita ou sequelas decorrentes de uma parada cardíaca não recuperada.

A principal medida preventiva para diminuir o risco de morte súbita em atletas, sejam eles profissionais ou não, é a avaliação médica prévia. “Essa avaliação deve ser feita todos os anos e tem como objetivo diagnosticar a presença de doenças já instaladas, além de fazer um rastreio de possíveis doenças que possam vir a se desenvolver e que tenham na atividade físico-esportiva o “gatilho” necessário para a ocorrência de um evento fatal”, destacou.

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