Há lista de espera para procedimentos; assessoria da unidade de saúde garante transferência.
Gazetaweb
Corredores lotados e pacientes aguardando um simples atendimento, além de vagas para cirurgias, em macas improvisadas. A cena, já considerada frequente no Hospital Geral do Estado (HGE), segue a prejudicar quem necessita de socorro, a exemplo de um homem baleado durante assalto no último domingo, no município de Atalaia, e que segue na unidade de saúde, à espera de uma cirurgia para a retirada de três projéteis de arma de fogo. A ação criminosa aconteceu no povoado Branca de Atalaia, onde os bandidos fugiram levando a motocicleta do trabalhador rural Rubiam da Silva.
Segundo Luciano Firmino dos Santos, primo da vítima, a direção do hospital alegou que não dispõe de vaga para internamento, nem para cirurgia. “Eles disseram que não podem fazer nada. Temos que aguardar uma transferência para um hospital, mas eles não nos informaram qual será ou quando irá acontecer”, disse, indignado.
Pai de cinco filhos, Rubiam da Silva foi atingindo por quatro tiros, sendo um no braço, um na bacia e um no pênis, além de outro de raspão. Testemunhas afirmam que ele não reagiu ao assalto. O trabalhador rural está com as balas alojadas no corpo, aguardando uma intervenção cirúrgica. A família teme que ele tenha a perna amputada.
Já Welton Amorim, 22 anos, recebeu alta do HGE, mesmo precisando de um procedimento cirúrgico. O tio do jovem, Vidal Amorim, disse que o sobrinho sofreu um acidente numa cidade de Pernambuco, na última quarta-feira, sofrendo fratura exposta. De acordo com Vidal, o hospital de Pernambuco não recebeu a vítima, alegando não ter vaga para atendimento, e transferiu Welton para a unidade de Alagoas, nesta segunda-feira (14).
“Aqui no HGE, eles colocaram uma tala no meu sobrinho e o liberaram no mesmo dia. Ele está em casa aguardando uma resposta sobre a cirurgia”, disse.
Cansado de esperar, Vidal Amorim decidiu que irá levar o sobrinho para um hospital particular e arcar com as despesas cirúrgicas. “Vou entrar com uma ação contra os estados de Pernambuco e Alagoas. Vou desmoralizar estes governos”, desabafou.
A assessoria de comunicação do hospital, por sua vez, explicou que Rubian seria transferido ainda nesta quarta-feira. Segundo a assessoria, o Hospital Geral do Estado somente realiza a denominada ‘cirurgia aberta’, enquanto a unidade indicada para a realização do procedimento necessário ao paciente, a ‘cirurgia fechada’, é o Hospital do Açúcar. Ainda segundo a assessoria, o nome do paciente está na lista de espera, que contém outros casos mais antigos e mais graves.
Já sobre a situação de Welton, a assessoria informou que o HGE não se responsabiliza pelo paciente quando o mesmo deixa o hospital.