A superintendente da Transpal (Associação dos Transportadores de Passageiros do Estado de Alagoas), Ana Lúcia Martins da Costa, falou durante entrevista coletiva na manhã de hoje, 29, que aguarda uma decisão da Justiça sobre um aumento maior da passagem do transporte coletivo, em Maceió. Segundo ela, a tarifa ideal seria R$ 2,49 e não R$ 2,30, como foi autorizado pela Justiça na última sexta-feira.
Ana Lúcia justifica que a passagem do transporte coletivo em Maceió não está entre as mais caras do país, como vem sendo divulgado por movimentos contra o reajuste. Ela diz também que somente com o valor definido no ano passado será possível fazer melhorias no serviço oferecido.
Gratuidades e descontos
Para a superintendente da Transpal, existem vários fatores que contribuem para o encarecimento dos custos do setor. Ela cita a questão da gratuidade de idosos e o desconto de 50% dos estudantes, além da concorrência do transporte alternativo irregular.
Ana falou que as gratuidades e os descontos influem diretamente na queda do Índice de Passageiros por Km (IPK), que calcula o número de pessoas em comparação com os quilômetros rodados. “Em outras cidades a gratuidade e os descontos são arcados pelas prefeituras. Em Maceió, não. Aqui, os pobres pagam para os pobres”, frisou se referindo aos usuários pagantes como responsáveis pelo custeio dessa despesa.
Impostos maiores
Quanto ao valor da passagem em relação ao das outras capitais, a superintendente alega que a de Maceió fica maior porque a prefeitura não concede descontos nos impostos. “A tarifa daqui não é a mais cara. Em Maceió, se recebe menos por quilômetro rodado e não tem desoneração de tarifa. Por exemplo, em Fortaleza, a passagem custa R$ 2, mas lá, eles pagam 2% de imposto direto; aqui pagamos 8%”.
Em nota, a Transpal alega ainda o reajuste na remuneração dos rodoviários, na ordem de 28%, nos últimos 19 meses, o custo da mão de obra; e o aumento dos custos de peças, pneus e combustível.
Corredor de ônibus
Ela ainda aponta que Maceió é a única capital do País que não possui um corredor de transporte de massa, o que alonga o tempo de viagem. A média nacional do tempo de viagem é de 20 km/h, enquanto em Maceió, essa média é de 12 km/h, segundo ela.
Apesar disso, a superintende afirmou que algumas medidas serão tomadas para melhorar o sistema de transporte público na capital. “A prefeitura de Maceió com a SMTT vai viabilizar a questão do corredor de transportes e, aos poucos, os empresários já estão renovando a frota de veículos que circulam diariamente na cidade”, informou.
Atualmente, circulam na capital alagoana 655 ônibus para atender cerca de 300 mil usuários.
Durante a manhã de hoje, entidades sindicais e estudantes fazem um ato público na Praça Deodoro, no centro, contra a decisão judicial que permitiu que a passagem fosse reajustada.
Fonte: Primeira Edição