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Robinho está de volta para a seleção após dois anos e meio, e Neymar pode comemorar. Fã do então companheiro de clube na infância, o camisa 10 viveu o momento mais goleador de sua carreira ao lado do hoje atacante do Milan, e pode finalmente fazer a parceria dar certo na seleção.
Os dois atuaram juntos em seis meses em 2010, mas o curto período foi marcante na carreira de ambos. Enquanto Robinho recomeçava no Santos, Neymar ia para a segunda temporada como profissional, com um futuro ainda nebuloso. Ao lado de Paulo Henrique Ganso, a dupla impressionou o país com a chuva de gols, a qualidade do futebol apresentado e os títulos.
Neymar foi às redes 14 vezes no Paulista e 11 na Copa do Brasil, vencendo os dois torneios. Os 25 gols em 34 jogos compõem uma média que o atacante nunca mais repetiu. O sistema tático, na época, fazia dos dois as armas laterais do Santos, que ainda tinha Ganso como um municiador de elite.
“O Neymar é grande jogador. A gente sempre se entendeu muito bem, tanto dentro como fora de campo”, resumiu Robinho, na entrevista coletiva que concedeu após o retorno.
Depois de Robinho, Neymar teve vários outros parceiros, quase sempre no mesmo esquema. O mais constante deles foi Elano, com quem conquistou o Paulista e a Libertadores em 2011. Apesar da importância das conquistas, o atacante não repetiu o faro de artilheiro. Em 79 jogos ao longo daquele ano, incluindo o Brasileiro e o Mundial de Clubes, foram 25 gols marcados, uma média bem inferior à de 2010.
O problema, para os dois, é que essa intimidade nunca se repetiu na seleção brasileira. Quando foi convocado pela primeira vez, por Mano Menezes, Neymar foi recebido com pompa e circunstância por Robinho, remanescente da Copa de 2010 e então capitão do time.
Aquela equipe nunca faria o sucesso, e seria desfeita um ano depois, na Copa América, quando Mano alterou bruscamente o trabalho que vinha fazendo até então por conta do fracasso na Argentina. Robinho, desde então, nunca mais retornou à seleção brasileira.
Agora, ao menos a posição dos dois deve mudar. Robinho treinou na última quarta como um centroavante, posição em que deve ser testado diante de Honduras e Chile, os próximos amistoso da seleção. Já Neymar, além da ponta esquerda, trabalha também como meia armador, variando de posição com Oscar, o que pode atrapalhar a reedição da dupla.